quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ainda sobre pais

Hoje enquanto tomava meu café, li o jornal. E, como de costume, a coluna do Contardo Calligaris, que eu gosto muito.


Ele falava sobre o filme À Deriva, mas também sobre a relação entre pais e filhos. Ou melhor, entre pai e filha. E, como estamos na semana do dia dos Pais e eu já gastei alguns parágrafos falando sobre isso no post anterior, pensei muitas vezes antes de continuar nesse tema. Porém, Contardo me deixou pensando em muitas verdades..

Realmente deve ser muito difícil para um pai ver sua filha crescer e se tornar mulher. Mais complicado ainda é perceber que aquela mulher não é mais uma criança. Que tem vontades e personalidade própria, e isso não apenas para escolher suas roupas..

Creio que só saberia como é essa sensação de perda no dia em que visse meu filho já amadurecido. Ver que sua proteção é recebida como excesso. Ver que sua preocupação com coisas banais, como chuva ou frio, são realmente banais. Ver que você pode estar cansado e querendo dormir às dez horas da noite, mas ele não. E a culpa não é dele se você não consegue dormir enquanto ele não chega..

Gostaria que essas ideias, que só percebo agora porque estou deste lado do jogo (o lado de filha), permanecessem bem claras para mim quando estiver do outro. As pessoas crescem e as ideias mudam. Contudo, Contardo me alertou para que eu não deixe isso ir embora. Devo respeitar e ficar feliz pela transformação do meu filho num homem. Por mais que seja tão difícil que isso aconteça comigo.

Ah, e decidi o que vou comprar de presente no dia dos Pais, tanto que já comprei. Vou tentar ainda um último livro, para que, assim como eu, meu pai possa se ver nas palavras de outra pessoa, olhando assim para o seu próprio coração e mente.

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