segunda-feira, 28 de junho de 2010

Manual prático do transporte coletivo lotado


1. Entenda que todos estão com pressa de chegar em casa.

2. Empurrar todo mundo para dentro do trem nem sempre significa que vai ter espaço para você lá dentro depois.

3. Lembre-se que há pessoas sentadas que lutaram e conseguiram seu metro quadrado de conforto. Por isso, não fique batendo bolsas ou apoiando as nádegas aonde ela está.

4. Ainda sobre o tema bolsas, se você quer que alguém segure sua bolsa, peça por favor. Se você acha errado estar sentado e uma pessoa parecendo que leva a casa nas mãos ficar em pé, ceda o lugar ou ofereça-se para segurar suas coisas. Se você é apenas uma pessoa folgada que acha que quanto mais você jogar sua bolsa na cara de alguém maior a chance da pessoa segurar todas as suas coisas, está redondamente enganado.

5. Acho que ninguém precisa dizer que ônibus/trem/metrô não são locais adequados para você tocar sua vuvuzela. Por mais patriota que você seja, as chances de você ouvir possibilidades de lugares para guardar sua corneta são bem grandes - e desagradáveis.

6. Se alguém puxar papo com você no coletivo, responda. Grandes amizades podem se formar em momentos de adversidade (ou você pode entrar em grandes roubadas também). Em dias de transporte lotado, puxe conversa. O ônibus/trem/metrô vai chegar mais rápido.

7. Lanche dentro do coletivo? Se estiver lotado, nem pensar em saborear aquele lanche de frango que você comprou na Luz. Pedaços embebidos em maionese podem cair em pessoas que nada tem a ver com a sua fome fora de hora.

8. Música. Tema polêmico dentro dos coletivos lotados. Se você gastou uma nota preta e comprou seu mais moderno MP357, encheu de pagode e forró, mas esqueceu os fones em casa, mantenha o aparelho desligado. Ninguém tem culpa do seu péssimo gosto musical (mas o conselho também vale para roqueiros, mpbeiros, popeiros, axézeiros, funkeiros...um fone de ouvido não é tão caro assim, poxa...)

9. Se você aderiu ao sedentarismo e vai esperar uma boa oportunidade de subir "aquela escada" pela opção rolante, parabéns! Mas saia da frente de quem prefere ir andando, ok?

10. Depois de um dia exaustivo, o que mais queremos é a nossa cama. O ombro do passageiro ao seu lado não é seu travesseiro, vale lembrar...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mago listrado

Se tem uma coisa que eu tenho escutado bastante quando o assunto é Copa do Mundo é "zebra".
E não é porque a Copa é na África...

Talvez até seja. Esse campeonato está cheio de zebras. Quem diria que a Eslováquia se classificaria para as oitavas de final? E mais: que mandaria a atual campeã, Itália, para casa mais cedo?!

Vamo tutti pra nuestra casa ver Passione na tela!

Enfim, antes que alguém me mande calar a boca, vou direto ao assunto (será que Galvão Bueno precisa de um blog para suas filosofias?): estamos felizes com a classificação da Eslováquia. Porque simplesmente amamos zebras.

Novamente não estou falando dos animais fofinhos que correm pelas savanas. Gostamos das zebras futebolísticas, de jogos ganhados de virada ou pelo time mais fraco. Se forem os dois, melhor. Nossa emoção vai a mil! O famoso "torço para quem está ganhando" perde o sentido.

Cena comum: jogo Eslováquia x Itália sendo assistido na empresa. Deveria ter uma centena de pessoas naquele espaço...e, sinceramente, só vi uma realmente torcendo para os azzurra. Todos queriam Eslováquia: gritavam, xingavam o juiz e vibraram com cada um dos gols que montou o placar que levou Canavarro e sua turma de volta para a casa.

Todos queriam a tal zebra. A mudança. Algo diferente para animar essa Copa de times tão iguais. Queremos mais jogos como esses, que nos façam passar nervoso! E não queremos que o Brasil precise virar uma zebra para recuperar sua auto-estima. Acho que nem preciso comentar sobre a partida de hoje...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Comboio de amizades

Da série "coisas que só acontecem comigo".


Devido a minha criação guarulhense, acho que tenho uma veia caipira saltada. E isso me faz gostar de uma boa prosa e - quer isso seja bom ou ruim - acreditar nas pessoas. Para vir ao trabalho, pego dois trens, dois metrôs e um ônibus intermunicipal. Uma viagem e tanto, que se tiver companhia se torna mais agradável, certo?

Pode ser que sim. Mas os homens ultimamente tem interpretado minha samaritanisse da Grande São Paulo como "ser fácil". Os três últimos caras que eu conheci na volta para casa foram super simpáticos comigo, mas me ligaram ou mandaram mensagens no dia seguinte com segundíssimas intenções. Caipira pira pora, porque foi confiar nos outros?

Que as verdadeiras amizades surgem na adversidade, todo mundo sabe. E, pelo menos na minha vida, não há momento mais adverso do que encarar uma lotação cheia parecendo uma sardinha enlatada. Foi em uma noite como essa (sim, noite, com pessoas suadas, pagode alto e tudo que você tem direito, afinal você está PAGANDO por isso...) que conheci Morena.

Até hoje não sei o verdadeiro nome de Morena, e a encontrei algumas vezes - novamente no ônibus ou na lotação - depois desse dia sardinhento. Ela também desconhece a minha graça, e me chama de Angelina. Colocou na cabeça que eu sou a cara da mulher do Brad Pitt e não há Cristo que há faça mudar de opinião. Melhor pra mim, que fico com a auto-estima lá em cima.

Enfim, acredito que de todas as minhas amizades de andanças, a mais sincera foi Morena. Confesso que passei muitos anos da minha vida achando que não podia confiar tanto nas mulheres: sou uma delas e sei que vivemos à base de fofoca e chocolate. Só que os últimos acontecimentos no transporte coletivo estão me fazendo mudar de opinião. Um viva às mulheres, que não pedem o seu telefone (nem ligam pra ter certeza de que é o seu número ou para saber se você está de bobeira em casa em um sábado à tarde), que não mandam SMS melosos dizendo que acordaram pensando em você e nem dizem o quanto você ficou linda em um vestido. Bom, essa elas até fazem de vez em quando...


P.S.: Olá! Se você é homem e me conheceu em qualquer uma das fases de transporte coletivo que eu percorro para chegar ao meu doce lar, tome este recado para você. Com um adendo: eu tenho namorado ok? Beijos e, se for pra me cantar porcamente, nem liga.

sábado, 12 de junho de 2010

Amor em jogo

Para quem, como eu, está assistindo a Copa e vê qualquer jogo: hoje Inglaterra e Estados Unidos estiveram em campo e um lance ficará, infelizmente, marcado como o primeiro "frango" do campeonato. O goleiro da Inglaterra, Green, não conseguiu segurar a bola e deu o ponto ao time norte-americano.


Por que eu estou falando sobre isso?
Elementar, caro leitor...porque hoje é dia dos namorados!


Agora você deve ter entendido menos ainda...mas eu explico...

Quando se namora, nem tudo é um mar de champagne e rosas. Existem momentos em que falhamos. E existem outros momentos em que cometemos falhas semelhantes às de Green: bobas, mas que podem colocar tudo a perder.

No entanto a falha de Green não abalou o desempenho do time inglês, que voltou com força total no segundo tempo. Mas o time não marcou nenhum gol, deixando a torcida descontente. Isso também tem a ver com relacionamentos: o que realmente importa quando se está namorando é o que se passa entre o casal. Sim, namoro também tem torcida, e nem sempre é favorável a ele. Só que depende da concentração dos jogadores, e do envolvimento e intimidade do casal, deixar que a torcida atrapalhe seu desempenho ou julgue que foi abaixo do esperado.

Enfim, toda essa minha filosofia futebolística é só para fazer um post bacana de Dia dos Namorados e desejar que cada casal que me lê seja feliz simplesmente pelo fato de ter alguém com quem dividir as experiências boas e ruins da vida. Alguém com quem contar sempre. Esse é o espírito!

Parada forçada


Sabem quantas vezes eu já quis desistir desse blog? Várias.
Muitas mesmo.

É difícil ter um blog sobre generalidades. Qualquer coisa é pauta, e ao mesmo tempo nada é. Vou falar de cultura. Ok, mas a cultura é vasta demais. Só a cultura de uma pessoa enche uma enciclopédia. A cultura geral enche muito mais do que um blog.

O que sei é que surtei esses dias. Venho surtando.
E já usei muitas frases curtas...parei.

O surto foi tanto físico quanto psicológico. Vontade de chorar, de correr, de me enfiar debaixo do travesseiro e encontrar uma passagem para um mundo paralelo onde não tivesse absolutamente nada para fazer. Ali, morreria feliz de tédio. O problema é que não consigo ficar parada. Mas meu corpo precisa que eu pare de vez em quando.

Na verdade, preciso de uma válvula de escape. Um lugar tranqüilo para onde eu possa fugir pelo menos uma vez por semana, quando a correria da vida sobe à cabeça. E esse lugar não precisa ser nenhuma choupana com lareira (nunca vi sentido em uma casa de madeira com fogo aceso dentro dela) na clareira de um bosque. Esse escape pode estar dentro de mim mesma.

Só que dá trabalho achar, viu? Já pensei em um milhão de coisas que eu poderia fazer para esquecer a loucura da vida. Estudar francês ou alemão (puxa, estudar MAIS?!), fazer algum curso bacana (puxa, estudar MAIS?! – o retorno), ter aulas de canto, de dança...sei lá, qualquer coisa que me desligasse. Mas é complicado.

Espero que esse blog, que sempre serviu para que eu despejasse meu pouco conhecimento sobre muitas coisas, também sirva como um ciberporto seguro para mim de vez em quando. E aprecio comentários tá?