quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Do oceano azul aos Na'vi

Era uma disputa que já tinha um vencedor. James Cameron versus James Cameron. De qualquer maneira, o diretor canadense sairia líder de bilheteria mundial. E uma liderança muito merecida, diga-se de passagem.

Doze anos separam seus dois filhotes de sucesso. E agora que constatei este fato, fico bege de lembrar da minha audácia. Vesti minha melhor roupinha – afinal ostentava recém-completados nove anos – e fiz a cara mais convincente que pude para parecer já ter 12, classificação indicativa de Titanic. Em todo caso, meu pai estava comigo. Não teriam como me deixar para o lado de fora da sala, mas não queria passar a “vergonha” de ter que apresentar meu RG e revelar minha verdadeira idade.

Lembro-me de quão lotada estava aquela sessão. Normalmente uma ou duas poltronas separam as pessoas dentro do cinema. Mas não haviam lugares vagos naquela tarde. Todas aquelas pessoas resolveram se unir e embarcar juntas em um navio que certamente naufragaria no final. O mesmo não se pode dizer do filme: o maior sucesso de bilheteria mundial de todos os tempos. A história de amor entre Jack (Leonardo DiCaprio) e Rose (Kate Winslet), unida à primeira e última viagem do poderoso Titanic, conquistava corações em qualquer lugar que fosse exibido. James Cameron havia vencido.

Como já disse, doze anos se foram entre as duas produções. E lá estava eu, agora com vinte anos, para conferir o novo filme do consagrado diretor. Confesso que a trama de Avatar não dispertou minha atenção de pronto. Para mim parecia mais um daqueles filmes de ficção científica sem graça, mais do mesmo. E foi com este pensamento que entrei mais uma vez na sala escura e cheia, munida de pipoca grande e óculos 3D. Na pior das hipóteses, seria uma chance para me deliciar novamente com a sala principal do Marabá.

Então o filme começou. Havia sido transportada para o planeta Pandora tão rapidamente que só me dei conta quando já estava entre os Na’vi, tanto os originais como a esperta Neytiri (Zoë Saldaña) ou a sábia Mo’at (C.C.H. Pounder), mas principalmente com os chamados avatares, especialmente com Jake (Sam Worthington). Tão cheio de limitações devido a sua paralisia, em Pandora ele podia correr, saltar e até voar! O mundo que lhe dizia que não era capaz de mais nada dava lugar ao nascimento de um herói, e assim começava sua saga. Com uma boa história de amor impossível, a la Cameron.

Avatar superou a bilheteria de Titanic estando em cartaz há apenas seis semanas. Imaginem quanto este filme ainda pode faturar! E, enquanto pessoas em todo o planeta correm para pegar sua pipoca (e de preferência também os óculos 3D, experiência única), James Cameron comemora os dois Globos de Ouro que já ganhou este ano, Melhor Filme Dramático e Melhor Diretor. E que venha o Oscar...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Os novos enlatados

Quem não se lembra das novelas da Thalía? E além de Maria do Bairro e Marimar, quantas outras novelinhas mexicanas apelidamos carinhosamente de “enlatados”, porque a história era basicamente a mesma. Daquelas que a gente fala que se assistir a primeira semana e o último capítulo dá pra contar a história toda.

Desses tiveram duas que eu lembro bem, justamente por serem meio diferentes do padrão: A Usurpadora, das gêmeas Paola e Paulina, e Esmeralda, uma cigana. Na verdade acho que essa última só me marcou porque eu tinha um fascínio pelo mundo dos ciganos na época, cheguei até a escrever várias coisas sobre o tema. Mas esse não é o assunto (preciso ter mais foco quando escrevo aqui rs)

O tema de hoje, como o título já diz, são os novos programas enlatados que ganharam as grades de programação brasileiras. E quem são eles? Os nossos queridos reality shows, que pelo nome já dá pra saber que se tratam de produtos importados. Emissoras de TV inseguras preferem deixar a criatividade descansando e comprar modelos de programas prontos de outros países. Resultado: Big Brother, A Fazenda, Solitários, Ídolos, Supernanny...

Contudo meu objetivo não é simplesmente acabar com as emissoras que veiculam estes programas, e tantas outras que importam apenas quadros para seus programas. Na verdade, sou uma forte consumidora destes. Assisto todos sempre que posso, o que menos acompanho é A Fazenda, que quase nunca vejo por ser no mesmo horário de BBB e não me chamar muito a atenção aquele monte de gente meio famosa tentando ordenhar uma vaca, se emocionando com o nascimento de um bezerro. Coisas que são o cotidiano de muita gente no nosso Brasil. Karina Bacchi fazia mais sucesso como a Paris Hilton brasileira em Simple Life...

Um dia vou entender porque estes programas são tão viciantes para uns e tão desprezíveis para outros. Bem ou mal, muitas vezes são a maior audiência de uma emissora. Atrás as vezes somente dos enlatados originais, as novelas. Afinal, estamos na vigésima Bela, a feia do mundo! E agora, se você leitor me dá licença, vou ver Big Brother...rs

*texto inspirado na matéria de Rodrigo Russo, publicada ontem na Folha de S. Paulo. Na mesma edição do jornal havia um outro texto, específico sobre reality shows. Mas desse não gostei muito, talvez por ser defensora desse tipo de programas passando na minha TV.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Onde estão os amigos?


Hoje resolvi falar sobre falsidade. Não, não estou escrevendo este texto para ninguém especificamente. Mas hoje aconteceu uma coisa que me fez pensar um pouco a esse respeito...


Vamos primeiro aos fatos: hoje recebi uma ligação de uma pessoa que não fala comigo há mais ou menos um mês. Estava no shopping depois de muito pensar se queria ou não sair de casa, e se fosse com quem eu iria. Pensei por muito tempo com quem poderia contar como companhia para um dia sem meu namorado.

Muitas pessoas passaram pela minha cabeça. Daquelas que passam pela vida da gente mas ficam um tempo a mais para deixarem de ser conhecidos, mas não necessariamente para que a gente os conheça de verdade. Posso dizer com bastante segurança que conheço muita gente, mas que tenho muitos amigos...complicado.

Na verdade acho que não é bem sobre falsidade que eu quero falar, mas sobre amizade. Amizade verdadeira, daquelas de filmes em que um grupo de amigas é extremamente unida, se chamam de “irmãs” e tal. Pra mim Amigas para sempre é apenas um filme. Não que eu esteja sentenciando isso na minha vida, na verdade essa história de grupinhos de amigas nunca foi o meu forte. Até quando fiz parte de um me sentia excluída rs

Talvez a amizade verdadeira não tenha surgido na minha vida. Não, na verdade surgiu sim. Mas de pessoas bem diferentes, distantes. Nada de grupinhos, nada de BFFs como dizem hoje em dia. Colecionei alguns bons amigos ao longo da minha vida até aqui. Porém também tive surpresas ruins, muitas surpresas ruins.

Na verdade esse post acabou se tornando um desabafo. Prometo que o próximo terá um assunto mais consistente. Só acredito que amizade é confiança. E ter aquele tão necessário ombro para contar suas tristezas, alegrias, ideias, lembranças boas e ruins, piadas, segredos. E nesse momento para mim ela não existe mais, não adianta.

Obrigada você leitor(a) que leu este texto até o final. Agradeço pelo ombro rs

E até a próxima, com um post bem mais alegre!

*A foto é do filme Crossroads: amigas para sempre, com a saudosamente louca Britney Spears e também Zoë Saldaña, que atualmente está feliz da vida com o sucesso de Avatar.

sábado, 9 de janeiro de 2010

É lendo que se escreve

Estou planejando retornar com este blog - e retornar MESMO - há algum tempo.

Até coloquei o item Blogger na minha barra de favoritos do Firefox, pra ver se eu lembrava de pensar em alguma coisa bem bacana para colocar aqui.

Pois é, ainda estou pensando no que poderia ser...rs


Poderia falar sobre mil coisas, mas ainda não decidi bem sobre o quê. Que assunto será esse que vai saltar do monte de coisas da minha vida e se fazer tão insuportavelmente importante que eu pare por uma meia hora e escreva alguma coisa de útil...

Enfim, na falta do que falar, conto uma novidade: terminei de ler hoje O Diabo Veste Prada. Como já era esperado, o livro é bem mais completo que o filme. Mas não o superou. Agora gosto dos dois, cada um a sua maneira.

Acho que esse seria um bom assunto para uma discussão rápida...o quanto é bom ter algo para ler. Eu demoro aproximadamente duas horas para ir da minha casa até o trabalho, e nesse tempo acho que não tem nada mais bacana do que parar e ler um pouco. Entrar em um novo mundo como se ele fosse o seu (totalmente clichê, mas sempre vi dessa forma...)

Fazia um certo tempo que não lia um livro até o fim. Comecei vários, mas parei por diferentes razões cada um deles. O próprio O Diabo Veste Prada já havia tido uma chance há algum tempo atrás, mas não cheguei a terminar de ler porque tive de me ocupar de leituras acadêmicas, época de provas sabem como é...

Mas talvez não fosse aquela a melhor hora para este livro. Quem sabe não foi bem mais proveitoso ter concluído essa leitura hoje? Se não o tivesse...sobre o que estaria escrevendo agora?!

Ler dá vontade de escrever. Fato. E eu preciso ler mais livros tão bons quanto esse. Para escrever textos cada vez melhores ao querido leitor.