quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Exposição traz bolsas sustentáveis

A cada minuto, um milhão de sacolinhas de plástico são utilizadas. Durante uma compra familiar no supermercado, que dura cerca de uma hora e meia, são 90 milhões de sacos plásticos que foram usados ao redor do mundo, isso sem contar as que esses consumidores pretendem usar. Para quem não dispõe de veículo próprio, as compras são feitas em pequenos volumes; cada semana se adquirem alguns produtos. Ainda mais sacolas são gastas.

Para reduzir este consumo de sacos plásticos, que levam cerca de cem anos para se decompor no ambiente, foram criadas as chamadas ecobags, bolsas feitas de materiais recicláveis que substituem as várias sacolinhas plásticas consumidas em uma simples ida ao supermercado. Porém, as ecobags caíram nas graças dos “fashionistas” e viraram moda.

Entre os dias 4 e 9 de novembro, ocorreu no Museu da Casa Brasileira a exposição “Eu não sou + de plástico, sou sustentável e gero renda”. No piso térreo do Museu, logo após a entrada, pessoas admiravam curiosas as vinte bolsas desenvolvidas em parceria com ONGs. Havia ecobags para todos os gostos e necessidades, tanto que por várias vezes surgia a pergunta “mas a gente pode comprar essas bolsas ou só podemos vê-las?”. As ecobags estão fazendo sucesso no Brasil, assim como já vinham fazendo no exterior. Resta saber o motivo que levou a este sucesso: conscientização ou moda. De acordo com o curador da exposição e professor da UPM Ivo Pons, quem usa a ecobag tem clara preocupação ambiental. “Usar ecobag é uma ação premeditada, não se faz só porque é bacana”, diz.

Dentre os modelos em exposição, pensados de forma a facilitar as compras cotidianas, existem as que se destacam, seja pelo design, seja pelo material de que foram feitas, afinal nem só pano é ecologicamente correto. O que mais contou para os designers expositores não foi simplesmente a economia de sacolinhas plásticas, mas também o reaproveitamento de outros materiais recicláveis. A bolsa Apoio, desenvolvida em parceria com a ONG Chama Sociedade de Assistência ao Excepcional, é feita de encostos descartáveis para a cabeça utilizados em aviões. Já a bolsa Bag4Pets, elaborada em parceria com a Associação Paulista de Apoio à Família, é feita de borracha e lona utilizada em banners publicitários. Como o nome sugere, foi criada pensando não necessariamente em compras, mas em passeios com animais de estimação.

Nada melhor do que unir duas práticas ecologicamente corretas: o transporte de consumidores e suas respectivas compras. Para isso, os designers Jeilson Freitas, aluno do Mackenzie, Juliana Bertolini, professora de Desenho Industrial da UPM, e Vítor Cunha Criscuolo, em parceria com as ONGs Arrastão e Pano pra Manga (Instituto Irwing Miller), desenvolveram a Ecobikebag, voltada aos ciclistas. A bolsa é feita de tecido e câmaras de pneus, de carros e bicicletas. Suas alças podem ser separadas, criando duas bolsas que, juntas, podem ser presas à bicicleta.

Para quem vai às compras a pé e sabe do incômodo de carregar várias sacolas, a ONG Aldeia do Futuro desenvolveu a bolsa OHO. Feita de tecido e folhas de jornais e revistas, a bolsa possui duas rodas removíveis, o que facilita o transporte das compras de quem vai caminhando.

A exposição “Eu não sou + de plástico” é uma continuação da exposição realizada em 2007 com o mesmo nome. De acordo com Pons, a primeira teve um sentido de promoção, de mostrar ao consumidor paulistano o que é a ecobag. “Esta exposição tem um outro perfil; mostra peças novas, a serem usadas no cotidiano das pessoas”, comenta.

Os grandes supermercados também aderiram às ecobags. Enquanto as redes Compre Bem e Extra pretendem lançar suas sacolas até o final do ano, Wal Mart já faz sucesso com suas sacolas de pano cru (vendidas à R$2) e, até julho deste ano, a rede Pão de Açúcar já contabilizava 100.000 sacolas de compra vendidas. Há quem acredite que o uso de sacolas plásticas diminuiria se fosse cobrado. Alguns estabelecimentos já adotaram este sistema.

Ainda não se pode dizer que o pensamento ecológico promovido pelas ecobags está totalmente formado. Trata-se de um “investimento a médio prazo”, em um mundo que está buscando cada vez mais ser sustentável.

Um comentário:

Nadezhda disse...

Já me acostumei a não pegar sacola quando compro coisas que cabem na minah bolsa. Compras quem geralmente faz são meus pais. Mas Quandoi vou acabo colocando muita coisa numa sacola só. Sei que poderia fazer mais ;)