
No entanto, não me imagino desfilando em uma escola, em cima de um carro alegórico e com uma roupa menor que as que eu uso para ir à praia. Um dia gostaria de assistir ao desfile ao vivo, e neste ponto (talvez somente neste) deixo-me ser mais carioca que paulista. Queria ver o Carnaval na Sapucaí, queria ver o desfile da Beija-Flor, queria cantar até perder a voz.
Samba é um ritmo delicioso. Pagode, para mim, é detestável, mas samba é tudo de bom. É brasileiro, fruto de misturas, como cada um de nós. Tenho para mim que não existe brasileiro imune a esse ritmo. Pode ser gótico, punk, emepebista, funkeiro, o que for. E pode até não saber sambar. Levante seus indicadores para o céu, mexa seus pés ao ritmo da música e considere-se contagiado.
Já vivi vários carnavais, bem diversos. Já comecei o feriado sabendo cantar metade dos enredos de todas as escolas. Já viajei de sexta-feira a noite e fiquei horas na estrada. Já aprendi e viajei no sábado de manhã, ainda curtindo os samba-enredos. Já me perguntei porque eles tem títulos de pelo menos duas linhas. Já viajei para retiro espiritual. Já trabalhei todos os dias e folguei na quinta-feira, quando a festa acabou. Já morguei em casa o feriado inteiro, ficando deprimidíssima quando a apuração acabou. Já xinguei nota baixa para a Beija-Flor. Já comemorei cada 10 que receberam.
Enfim, esse é o meu Carnaval. Uma festa que para o país, que continua começando a trabalhar só depois que da quarta-feira de cinzas. E o seu Carnaval, como costuma ser?
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